sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A CAPOEIRA DA AVÓ NIL

Após quase vinte e cinco anos tive a mesma sensação de ir buscar ovos ao galinheiro da minha Avó, quando entrei na escola! Fi-lo pelo lado norte, onde deixei o jipe [mal] estacionado (à falta de mais lugares... fica mesmo à porta da oficina!!!)... e não é que o gradeamento que separa as viaturas da zona frequentada pelos alunos transformou as crianças em pintos??? -Se eles são pintos, ao passar a grade, serei transformada em... galinha! Aí imaginei que as galinhas podem dar aulas sem serem avaliadas. Bela vida a de galinha-professora!!!
Voltando ao galinheiro dos pintainhos... passo por duas galinholas (talvez do 2º ciclo, pelo tamanho) e... piavam insolentemente uma para outra a menos de 1 metro de distância. À frente, mesmo em cima de um espaço de relva, agora terra batida, um frango jogava ao pião, atirando-o para cima dos pés, ops, patas do colega: curioso! A gritaria era demais para uma simples galinha que, afinal, só pretendia dar as suas aulas em paz. A dança que eles todos faziam nos recreios ganharia qualquer prémio para os passos mais rápidos, os saltos que atingem mais alvos e o maior número de quedas (ah! mas as asas amortecem as quedas...).

Estou segura que vivenciei um raro momento de "iluminação" pois, em milhares de chegadas àquela escola, tal ideia nunca me tinha acometido... Fez-me pensar em muitas coisas: sim, sim!
Pensei nas diferenças de há 17 anos a esta parte... a calma, a alegria de estar num espaço alegre, de esperança, sem máquinas e maquinetas para nos "simplificar" a vida,... Pensei em muitos alunos que já tive (falarei deles futuramente): acho que não faziam da escola uma capoeira!!!
Por outro lado, ao entrar, senti que afinal não era a capoeira da minha Avó Nil e... fiquei com saudades!