domingo, 23 de dezembro de 2012

Este Natal

A árvore já estava feita há 15 dias e tinhamos combinado fazer o Presépio. Está quase, quase,... só falta um pouco de musgo. Como sempre, espalhei os vasos com trigo e ervilhaca. Fiz um altarzinho para a Sagrada Família, com flores e aromas de canela.
O prometido é devido!
Um Natal Alegre, cheio de Esperança, de Vida! Apareçam!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Gratidão

Há 10 dias a minha Mãe partiu. Os meus primeiros 10 dias sem a sua presença. Que falta me faz o seu abraço. O seu sorriso que escondia sofrimento. O seu cheiro, o seu conforto. Que falta me faz a minha querida Mãe.
Sinto-me muito serena, calma. Grata por ela não sofrer mais. Disse-lhe que podia partir. Depois disse que, se quisesse, também poderia ficar, mas sem sofrer. Prometi-lhe continuar a ser como sou. Honrar esta sua passagem pela Terra, perpetuando (no meu tempo) os seus ensinamentos, a sua sabedoria, a sua Alegria e Esperança.
Como a sinto comigo!
Hoje fui ao Hospital. Levei os seus medicamentos. Comovidas, as enfermeiras aceitaram. Depois fui à Medicina 3. Deixei lá metade do nosso bolo de Natal. Quando o tirei do forno, no princípio de dezembro,  mostrei-lhe muito contente por ter saido bem. Como cheirava a casa naquele dia! Não só do bolo, mas dela. Sobretudo o cheiro de Mãe. Do amor.
Amanhã vou fazer o nosso Presépio no sítio que escolhemos. Tinha combinado levar a sua cadeirinha para a sala e, assim, estariamos juntas a fazê-lo. A árvore já estava enfeitada. Assistiu à inauguração das luzes!
Hoje ainda fui tratar dos procedimentos legais. Custou um pouco, mas encontrei lá o seu irmão. Confortou-me. Na agência, deram-me nonas e bananas. Como ela gostava de oferecer as nonas que temos no prédio!
Mandei fazer fotografias da minha Mãe para oferecer a familiares e amigos. Linda! Tenho uma aqui junto a mim, na secretária.
Como era querida a minha Mãe. Serena, com um sorriso, viu passar por si tanta família, tantos amigos. Sou grata por ter tido esta Mãe. A minha "macaquinha", como a chamava na brincadeira.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sofrimento versus Esperança

O sofrimento é algo que não aceito. Não luto contra o sofrimento, mas apelo à harmonia, à paz, à saúde. Sentir o sofrimento de alguém que amamos é talvez sofrimento maior do que sofrermos. Uma mãe. Uma querida mãe. Saber que, dentro do seu corpo vive uma mulher corajosa, que sempre procurou a felicidade e, porque não, a liberdade alimenta o meu quotidiano. Dá-me alento, coragem e impulsiona-me a ser feliz. Não fala a minha mãe, mas diz tudo com o coração. Os olhos nem sempre obedecem, mas vê tudo: muito mais do que nós todos juntos. Pouco se mexe, mas mexe com a compaixão das pessoas que gostam dela. A minha mãe. Para se movimentar, há que segurá-la bem pertinho [nestas ocasiões, não a seguro só: abraço-a muito]. Assim, dá e recebe muitos abracinhos meus, da sua Dolores e da querida Débora. A Sandra, este anjo, com o seu amor ajuda-a a sentir-se melhor. A minha mãe adora o seu Tini [que não perde oportunidade de a lamber], afaga com admiração a corajosa e meiga Minie e procura, com a mão que ainda lhe obedece, a sua Aki, fiel guardiã felina. Há pouco, fui deitá-la. Todos os dias a minha irmã, com carinho, prepara a cama e os seus pijamas. Estava muito cansada. Juntas, meditámos. Lá ficou ao seu lado o Pancrácio Elias (um bonequinho muito fofinho, que tem uma voz esquisita: a minha]. Tenho saudades de a ter no comando da cozinha: chamava-a de "sargento" e ela ria. Brigava por eu arrumar o sal enquanto ainda era preciso. Mas sei que, presa pela Paralesia Supranuclear Progressiva (doença que devia ser PROIBIDA), a Iolandinha continua a querer e a ter esperança! Eu também.